Roya Ghassemi é uma artista iraniana-alemã e ativista dos direitos das mulheres conhecida por seus retratos evocativos e poderosos de figuras femininas ambientadas em espaços mágicos e oníricos. A sua arte, profundamente ligada à natureza e ao poder emotivo da cor, capta a jornada da alma para a liberdade e reflete as jornadas interiores das mulheres oprimidas em todo o mundo. Apresentado em exposições de prestígio como Miami Artwork Basel e NFT Liverpool, o trabalho de Ghassemi continua a tocar e inspirar.
Nesta entrevista, exploramos os tons espirituais do trabalho de Roya e a sua definição pessoal de feminismo. O que inspira seu uso simbólico da nudez na arte? Como ela percebe a importância da diversidade de tipos de corpo? Proceed lendo para aprender sobre o intrincado processo por trás de suas últimas criações para o MakersPlace e descobrir as simbologias sutis presentes nelas.
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Brady Walker: Seu trabalho carrega fortes conotações espirituais. Como você descreveria sua própria espiritualidade? Quais sistemas de crenças ressoam em você, se houver?
Roya Ghassemi: Minha espiritualidade está centrada em mergulhar profundamente em meu eu inside e descobrir minha verdadeira essência como ser neste universo. É descobrir o propósito da vida e sentir uma conexão profunda com a natureza. Acredito que cada pessoa faz parte de uma inteligência superior e nosso objetivo é ouvir a sabedoria que possuímos inerentemente. Esta jornada de autodescoberta e conexão me ajuda a compreender meu lugar no mundo e a me alinhar com a inteligência maior da qual todos fazemos parte.
BW: Dada a sua formação, o que o feminismo significa para você?
RG: Como mulher que cresceu no Irão sob regras e crenças obrigatórias, sempre procurei a liberdade. Para mim, o feminismo incorpora a busca pela igualdade e pela liberdade. Sublinha a importância da autonomia e do empoderamento das mulheres e do direito de fazerem escolhas sobre as suas próprias vidas e corpos.
BW: Você pode explicar o significado da nudez no seu trabalho?
RG: Meu objetivo é visualizar a liberdade em minha arte, e acredito que a nudez é um reflexo artístico da liberdade e incorpora poderosamente essa essência.
BW: Qual é a sua opinião sobre a diversidade de tipos de corpo na arte? Seu trabalho tende a retratar uma visão muito específica da forma feminina.
RG: A diversidade de tipos de corpo na arte é essencial para celebrar a riqueza e a singularidade da forma humana; é importante celebrar os diferentes tipos de corpo para desafiar as normas sociais. Também capacita os indivíduos a abraçar e aceitar seus próprios corpos. Acredito que cada tipo e formato de corpo é único e bonito. Minha arte reflete minhas experiências pessoais e é inspirada em meu próprio corpo, por isso você notará um tipo de corpo específico em meu trabalho.
BW: Quais artistas tiveram maior influência no seu estilo e quais tiveram maior influência no conteúdo do seu trabalho?
RG: O artista que teve maior influência no meu estilo é James Jean, pois a sua abordagem à forma e à cor é inspiradora para mim. Em termos de conteúdo, Frida Kahlo tem sido a mais influente, inspirando-me a infundir no meu trabalho narrativas pessoais profundas e a explorar temas de identidade e emoção.
BW: Qual o papel dos títulos no seu trabalho?
RG: Os títulos fornecem contexto e uma visão mais profunda dos temas e emoções que estou explorando. Eles funcionam como uma ponte entre o espectador e a obra de arte, oferecendo um vislumbre das minhas intenções e orientando a interpretação da peça.
BW: Você pode me contar sobre as suas peças que o MakersPlace estará expondo em junho? Por que você criou essas peças?
RG: Criei três peças que refletem minha jornada pessoal pela vida. Recentemente, enfrentei momentos desafiadores e meu único consolo foi transformar minha dor em beleza.
Como Touran Mirhadi, o estimado autor e professor iraniano, disse sabiamente: “Transforme uma grande tristeza em um grande trabalho”. Para mim, expressar meus sentimentos na tela sempre foi uma parte very important do meu processo de cura, e é por isso que coloquei meu coração nessas criações.
Cada peça é uma página do diário da minha vida, capturando os altos e os baixos. É essencial para mim preservar estes momentos para que, no futuro, possa olhar para trás e recordar todo o espectro das minhas experiências.
BW: Como eles foram feitos?
RG: Eles são todos feitos digitalmente. Eu uso o Procreate normalmente para criar minha arte digital.
BW: Você usa muito simbolismo em seu trabalho. Há algo que os espectadores deveriam procurar nessas três novas obras?
RG: Nessas três obras, diversos símbolos são entrelaçados na trama das composições, cada um servindo para guiar o espectador retórico para uma compreensão mais profunda de seus significados e representações:
Na peça A verdade desperta, a flor do crisântemo é usada como cabelo, simbolizando a vida e o renascimento, representação profundamente enraizada na cultura asiática. Esta flor também incorpora amor, alegria e lealdade, adicionando camadas de profundidade emocional à obra de arte.
As cores desempenham um papel elementary na transmissão de emoções em minhas pinturas. O vermelho significa um espectro de sentimentos intensos – dor, paixão, amor e raiva – cada um matizando uma pincelada da experiência humana. O roxo, por outro lado, simboliza emotividade, iluminação e feminilidade, imbuindo o trabalho de um sentimento de crescimento espiritual e pessoal.
As borboletas, delicadas e efêmeras, são símbolos poderosos de transformação e renascimento, representando os ciclos perpétuos de mudança e renovação.
Em Um lindo sonho, a interação do preto e do branco simboliza o antigo conceito de yin e yang, refletindo o equilíbrio essencial entre sombra e luz. Essa dualidade fala da harmonia e do equilíbrio encontrados em forças contrastantes. Através destes símbolos, o espectador é convidado a explorar a rica tapeçaria de significados incorporados em cada peça, descobrindo as narrativas profundas que estão abaixo da superfície.
BW: Como sua prática artística está se expandindo? Em que direções?
RG: Minha prática artística está se expandindo em diversas direções interessantes. Estou experimentando novos meios e técnicas para ampliar os limites da minha expressão criativa. Isto inclui a integração de elementos digitais com métodos tradicionais, permitindo uma fusão do clássico e contemporâneo. Além disso, estou me aprofundando na narrativa simbólica, usando uma paleta mais rica de cores e motivos para transmitir emoções e narrativas mais matizadas. Esta exploração do simbolismo está me permitindo criar obras mais complexas e em camadas que convidam os espectadores a se envolverem com elas em vários níveis.
Colaborações com outros artistas também estão ampliando meus horizontes artísticos, apresentando-me diversas perspectivas e inspirando novas ideias. Além disso, estou incorporando cada vez mais temas de identidade cultural e introspecção pessoal em meu trabalho, tornando-o mais reflexivo sobre minhas próprias experiências e o mundo ao meu redor. No geral, a minha prática está a evoluir para uma maior experimentação, um simbolismo mais profundo e um surrealismo.
BW: Eu li que você orienta mulheres que ingressam nas artes. Você pode me falar sobre essa prática?
RG: Ser mentor de mulheres que ingressam nas artes é uma parte profundamente gratificante da minha prática. Forneço orientação personalizada sobre técnicas artísticas, desenvolvimento de carreira e navegação no mundo da arte. Isso inclui refinar habilidades, construir portfólios e networking. Também procuro criar oportunidades para que eles exponham seus trabalhos e ganhem visibilidade. Isto pode envolver a organização de exposições coletivas, facilitar apresentações a galerias e curadores ou promover o seu trabalho através das redes sociais.
Além disso, enfatizo a importância do autocuidado e da resiliência, dotando-os de ferramentas emocionais para sustentar suas carreiras. Em última análise, meu objetivo é capacitar essas mulheres talentosas com o conhecimento, os recursos e a confiança de que precisam para ter sucesso nas artes. Vê-los crescer e florescer é incrivelmente gratificante.
BW: Há alguma citação pela qual você vive?
RG: “A ferida é o lugar por onde a luz entra em você.” –Rumi
BW: Que tipo de trabalho você teria feito se tivesse nascido 100 anos antes?
RG: Se eu tivesse nascido 100 anos antes, acredito que meu trabalho teria seguido um caminho muito parecido com o de Vincent Van Gogh, cuja arte ressoa profundamente em mim. Eu teria sido atraído pela arte da paisagem e pelos autorretratos, infundindo-os com a beleza vibrante das flores e dos elementos da natureza, capturando a essência do mundo ao meu redor e do espírito inside.
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